a culpa é sempre do mordomo

sábado, janeiro 07, 2006

Mio caro Úfi

Quanto à política em Portugal e aos políticos portugueses tenho as mesmas expectativas que a generalidade dos portugueses, i. e., baixas. Mais, não acredito, nem perfilho a opinião, que os políticos possam ou devam resolver-nos a "vidinha". Isso é típico dos regimes políticos totalitários ou duma cultura de desresponsabilização pela qual não nutro qualquer simpatia.

Quanto às próximas eleições, os critérios da minha escolha são os mesmos de todas as outras eleições: por exclusão de partes optar pelo mal menor.

Até à data, temos três candidatos da extrema esquerda, dois centro-esquerda e um centro-direita.

Os três primeiros candidatam-se por questões de agenda partidária sendo-lhes absolutamente marginal a questão presidencial, o que na sua terminologia poderiamos classificar de "pura hipocrisia". Não contam.

No que diz respeito a Soares e a Alegre, o primeiro há muito que passou o seu prazo de validade política. As suas opiniões sobre o terrorismo internacional, sobre a globalização, sobre Bush, sobre o mundo em geral e o país em particular aproximam-se mais das de um adolescente pseudo-revolucionário do que das de um estadista.

O segundo, além do cargo de deputado, durante o período de democracia nunca deu provas políticas. Muito lirismo e enfatuamento não são condições suficientes para o tornar num bom presidente. Aceito, no entanto, que para quem tenha uma visão clubística da política seja o único candidato votável à esquerda. Apesar de todos os tiques e preconceitos duma certa "esquerda de Abril", que não faz questão em esconder, durante esta campanha tem-se mostrado bastante mais moderado, diria mesmo, mais equilibrado, que o seu mais directo adversário de esquerda.

Finalmente, resta-nos Cavaco, que quer se tenha gostado ou não, não só deu provas políticas no passado, como é o único que durante a campanha apresentou propostas e tentou passar ideias de como deve ser exercida a magistratura presidencial. É o único que tem uma visão para Portugal no séc. XXI que, dentro do leque de escolhas possíveis, é a que menos se afasta daquilo que eu gostaria que o país se tornasse.

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