a culpa é sempre do mordomo

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Liberdade e Cartoons

Primeiro, consideração teórica.
O respeito pela lei religiosa e uso das imagens no Islão deve ser para nós: absoluto.
As liberdades, todas, inclusive a de expressão, implicam também o respeito pelas diferenças entre nós e os outros. Se amamos a liberdade, devemos considerar que as diferenças dos outros devem ser por nós julgadas com todo o cuidado e respeito. Se julgarmos não devemos, mesmo assim, ter o direito de ofender.
Isto permite-me entender o insulto sentido por alguns muçulmanos, mesmo que não seja capaz de o sentir... O facto de não ser concebível para mim, não invalida de modo algum que seja fundamental ou vital para outra pessoa!

A segunda consideração, prática.
Os cartoons originais, tinham em si um potencial de provocação que não terá sido ignorado por quem os fez. Eles surgiram enquadrados num concurso jornalístico que visava ridicularizar o Islão. Não se trata de inocentes desenhos de humorista. Na sua publicação, falta o respeito, e o cuidado indispensável a usar num tema sensível. Muito mais sensível na época particular em que vivemos.
Quanto ao aproveitamento político por parte dos radicais islâmicos, não é mais do que natural. Mas, se fomos capazes de provocar esse aproveitamento, também devemos ser capazes de aceitar a responsabilidade e as consequências das nossas acções.

Não passa pela cabeça defender os radicais, nem sequer tolerá-los, mas os responsáveis pelos cartoons foram, pelo menos, bastante cretinos.
E estes cretinos são ocidentais, como nós... Não é?

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